terça-feira, 7 de abril de 2009

QUE ABRAM AS PORTAS DA ESPERANÇA! RA-RAI, RI RI!

Como dizia Sílvio Santos naquele programa de imagem quase monocromática. Sempre me questionei porque o SBT tem uma imagem tão sem cor... whatever, não vim aqui falar disto!

A vida é um pouco parecida com este programa famigerado sbteriano; às vezes fazemos um pedido e sentimos a necessidade de vê-lo satisfeito. Nutrimos a esperança de ter nas mãos aquilo com que tanto sonhamos. Não é só um bem material, mas os outros todos desejos plantados na alma e cultivados por muitas vezes ao longo de uma vida. Eis que se abrem as portas da esperança e... nada está por detrás da cortina. Frustração, revolta, tristeza... "Mas por que?", pensamos, "meu desejo é tão legítimo!". Sim, ele é, mas nem todos os nossos desejos mais caros nasceram para serem atendidos. A situação da falta, da espera, da frustração é como um remédio amargo, mas que cura a alma. Se o desejo fosse atendido a educação do espírito seria postergada, mas aí - não nos enganemos - a vida se encarregaria de nos conduzir para uma situação adversa e similar para que o aprendizado continuasse.

Sabemos mesmo de todas as nossas necessidades? Sabemos intimamente e de forma detalhada o que nós, como espíritos imortais, precisamos aprender? Nem precisa ir tão longe para responder que não. Há mais mistérios entre o céu e a terra e nossa vã filosofia anda longe de abarcar o todo! A nossa vã filosofia nos faz acreditar merecedores de tudo aquilo que desejamos, mas mérito exige trabalho e o trabalho do qual estou falando é o íntimo, de modificação perene! Andamos mesmo trabalhando nesta reforma? E por aqui acaba a similaridade com o programa, pois a vida não é um pedir sem esforço, não é um desejar sem trabalho e sim um trabalhar e aguardar até que o momento justo possa chegar. Assim, quando soar a frase: "e que se abram as portas da esperança" estaremos preparados para receber o que está por detrás das cortinas bufentas e empoeiradas [mentira... a vida é mais bonita e colorida que aquele programa!].

Também pode ser, que no trabalhar incessante da própria alma, distraídos em construir um caminho seguro de mudanças, entreguemos a encargo da vida sem ansiedade a execução dos nossos desejos íntimos e depois de um período vemos que o desejo não era lá tão bom; passamos a querer outras coisas, descobrimos nos menores detalhes as maiores nuances de felicidade. Caminhamos sem a pressa e sem perceber não temos realizado o desejo inicial, mas ainda assim nos tornamos inapelavelmente felizes. Conquistamos a serenidade de consciência, abraçamos valores imortais, renegamos prisões físicas e tomamos posse dos nossos pés...

Acredito, ainda, que somente quem está nos bastidores, puxando as cordas que abrem as cortinas da esperança é quem sabe verdadeiramente o peso de se revelar um desejo. Eu falo dos abnegados amigos invisíveis, porque nós não estamos sós e temos estes que velam amorosamente por nós. Enfim, confiemos e trabalhemos porque ter esperança é também trabalhar!



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