domingo, 12 de abril de 2009

AMOR DÓI. DÓI?




E é um machucado esquisito, viu? Sabe aquela coceirinha que a gente coça até ferir e tirar a pelinha? Ela fere, mas continua coçando, né? Pois isso é amor pra mim. Aquela coisa que é gostosa, mas dói um pouquinho.

No nosso mundo é desta forma que amamos: com ardidinho na pele. Por que? Eu acho que é por causa de velha amiga nossa, a transitoriedade! Nossa condição é passageira, sabemos todos disto! A morte? Está conosco desde que nascemos, isso é fato! E está com quem amamos também! Aí é que está a droga toda, é aí que mora o ardido! Aqui neste mundo nada pode só coçar, tem que arder também, ou seja, tem que doer, droga!

Tudo passa... até tudo... o que não passa aqui neste mundo, meu Deus? Só o que não é deste mundo: as almas! As coisas imortais responsáveis pela coceira gostosa não morrem nunca. Amor morre? Jamais! Mas aqui só com ardido. É o combinado - se quer nascer e amar, tem que sofrer! Pelo menos sofrer a perda aparente. Ou a perda da aparência, pois no fundo é a presença que perdemos, a presença do riso, da voz, do tato... jamais do ser.

Mas a morte não é a única coisa que leva quem amamos, às vezes eles mudam de opinião e morrem para nossa vida e entramos num luto. Uma vez, quando terminei com alguém que eu achava que amava [amava nada!] eu sofri muito [a gente sofre por tudo, até pelo que é ilusão ou pseudo-verdade]; daí fui pra internet e catei uns textos de auto-ajuda. Aquela porqueira de buraco que eu sentia no meio da droga do peito tinha que passar. Isso foi em 2007. Achei um monte no google e imprimi pra ler. Fiz questão de imprimir para fazer daquilo um mantra se fosse preciso; eu tinha um buraco no meio do peito e aquilo precisava de curativo, de solução, de calmante! Lá no texto dizia que são necessários 60 dias para esquecer uma pessoa. Quê? Rasguei a preimeira folha! Tá de brincadeira comigo, né? 60 dias??? Sim... 60 dias, minha cara. Mas não é esquecer, isso a gente consegue com uma coisa chamada amnésia e nos desenhos animados e filmes de comédia conseguimos isso com porrada na cabeça. Mas na vida real [a com coceira e ardido] não é assim! Aqui os 60 dias são para esquecermos a sensação daquela pessoa na nossa vida! Ahhhhhhhh bom... agora melhorou! Mas só 60 dias? É uma média, tá? Sei... E depois disto? Bem, depois disto você começa a caminhar torto, porque parte de sua rotina muda bruscamente, mas depois o instinto de sobrevivência [às vezes o instinto pueril, imbecil e falho de vingança mesmo "vou mostrar àquele desgraçado que ele não me matou!"] nos faz agir e pensar em outras coisas.

Sabe o que é mais louco? Eu ir desesperada caçar ajuda no Google, olha que ridículo! Mas ajudou! Eu vi que em 60 dias as coisas em mim não chamavam mais pela [droga] do ex-namorado, que minhas conversas não mais aparecia ele no meio, que eu sorria torto, mas sorria... enfim a vida tinha arrastado para longe de mim aquela tralha toda de lembranças recentes e eu tinha que apagar as outras, as melhores! Para isso seria necessário mais um tempo e este tempo veio e tudo mudou para melhor. Conheci outras gentes, apaixonei-me por outros homens, desapaixonei-me por todos eles [e eles de mim rs], li mais mil livros, cantei mais mil músicas, dei mais um milhão de risos e só eu fiquei, não fiquei só, claro! Falo assim: no final só fica mesmo a gente, aquela alma que não é deste mundo, que não pertence ao ardido da vida, que está aqui de passagem, que está aprendendo com as quedas e tropeços...

A gente aprende depois de tanto transitoriar [inventei o verbo] a permanecer! A gente aprende que há um modus operandi da dor, da perda, da porcaria do ardido e que eles passam, como tudo o que é deste mundo. À alma só pertence o amor, o único que fica, para sempre! Um dia, quem sabe? Sem ardidinho, né? Caminhemos, vamos ver onde isso vai dar!


Beijos, sempre!

2 comentários:

Sâmia Siso disse...

Eu vou testar pra ver se este troço tá quebrado... ninguém comentou!!! Snif

Preta Guerra disse...

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh, eu me coço toda semana e tenho tanta cicatriz de tanto coçar!!!!

Comer e coçar, é só começar... É isso?

Amar, coçar, amar, coçar, amar, coçar... Coçando e aprendendo...