terça-feira, 7 de abril de 2009

MALA, BOLSA, SACOLA. QUEM É VOCÊ?

Eu estava pensando sobre o que dizer aqui, uma vez que se eu for fazer vontade, meus assuntos convergirão para um só ponto. Não posso tornar-me a chata da paróquia! Embora a vontade seja fazer um mantra, cantar o mesmo refrão e repetir a poesia de Vinícius mil vezes: "de tudo ao meu amor serei atento... que mesmo em face do maior encanto, dele se encante mais meu pensamento..."

Mas, muito bem! Já que estou falando de chatice também [além de amor] vou tocar num assunto que me ocorreu hoje no banheiro [belo lugar pra se ter idéias!]. Sobre pessoas, claro. Todos sabem que minha paixão é gente! É destrinchar o andar das pessoas [claro que seu andar psicológico, pois assim como cada um tem uma postura física diferente, também a tem psicologicamente falando. Por exemplo: tem gente que claudica da cabeça! E quem não tem sua muletinha?] que eu gosto de fazer. E já que estamos falando de muletas, vamos falar de rodinhas!

Pois então... no banheiro eu pensava em classificar o nível de dependência psicológica das pessoas pelo teor de "portabilidade" de cada um. Há gente que é uma mala! Tem gente que é uma mochila, outras são uma "pochete", carteira, bolsa de mão, saco plástico! Tem gente pra todo gosto! E o que não falta é nível de dependência para se estabelecer. A pessoa mala tem que ter pelo menos as rodinhas, né? Ninguém merece carregar um peso retado na mão! Sem roda, queridos, não dá! Mesmo que a bagagem seja muito grande [e sobretudo por isso] não tem como portar alguém assim. Sabe... se a gente for olhar com cuidado, toda mala muito cheia carrega o desnecessário. O papel da mala sem rodinha, para melhorar a si mesma é se despojar do estorvo desnecessário que traz em si para não pesar nada em suas relações. E pra desfazer malas eu ajudo!

Tem a pessoa mochila! Nossa, essa você precisa ter tanto cuidado! Ela já não possui rodas por natureza, né? Então você carrega ela onde? Nas costas!!! Nossa Senhora! Acho que tem mais gente mochila que mala, não? Não sei... vou pensar mais no banheiro! O que eu sei é que as mochilas nem são tão cheias de coisas assim, mas quando ela gruda nas suas costas você passa a andar com ela pra todo canto e depois desenvolve dores lombares: é o peso leve que carregamos por quilômetros! Achamos que é um pouco prático, mas depois cansa...

A pessoa pochete você coloca pra levar pouca coisa. E pra falar a verdade, aquilo não combina com qualquer coisa que você vista! Ela não pode circular com você em todos os ambientes, só nos mais discontraídos. É a pessoa que te acompanha só em algumas ocasiões e quando você a abre, ela não tem muito pra te oferecer: afinal dentro dela não cabe tanta coisa assim.

A carteira [aqui entram as de festas]. Esta é fina, chique, tem dinheiro, mas não é prática, não tem bagagem e só serve pra fazer o social! Quando você chega em casa guarda ela num lugar pra não ser estragada com o tempo. E geralmente elas vão parar em bazar de madame. Cá pra nós... quem quer alguém assim? Eu não quero!

Gente-saco-plástico: fuja! Olha... se você estabelece um apego com uma criatura destas está frito! Esta pessoa não morre nunca! [Não estou falando de morte física, hein?] Dura quase que a eternidade! E deve ter gente saco plástico da época de Noé sobre a terra! Elas não mudam com o tempo ou demoram demais pra mudar! Você não pode colocar qualquer coisa dentro dela porque ela é frágil demais, além do mais nem sempre ela é transparente, a maioria das vezes é turva! Aí você olha por fora e acha que vê tudo o que há dentro dela, mas quando abre o que você pensava ser uma escova de dentes é, na verdade, um lavador de garrafas! A pessoa saco plástico também não entra em todos os lugares [apesar de ter gente que adora um saco plástico pra tudo!].

Bem... o que você escolhe ser? E quem você quer com você? Eu quero ser uma mala e quero uma mala pra mim. Apesar de sermos pesados de nossos apegos temos dentro de nós coisas necessárias. No mundo que vivemos não há uma mala que ande só! Não há uma mala que não traga coisa só ruim e que não tenha uma coisa muito boa dentro. Todas as malas devem querer, entretando uma boa rodinha pra lhe dar mais autonomia, porque, cá pra nós, mala sem alça e sem roda? Tô fora!!!
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