terça-feira, 7 de abril de 2009

CHEIRO DE NATAL

Vivemos mergulhados em atos constantes de fé. Não achamos, claro, mas acredito que seja verdade. Não achamos, óbvio!

A fé é basicamente caracterizada por crermos em algo antes que este algo aconteça, ou de que tenhamos declaração prévia que acontece. Sentimos que é verdade no futuro. Que tá lá por acontecer e "mas é claro, acontecerá". Assim se molda um conceito básico de fé diante do que se convenciona ter por algo inquestionável, inenarrável, indemonstrável além das cercanias limítrofes da alma.

A esta altura já se levantaram brados de 'ela surtou, né?'. Não, ainda não. Eu apenas observei que num mundo em que nos relacionamos diariamente com pessoas cuja a vida apostamos em conhecer, é impossível viver sem fé! O termo idiossincrasia talvez se aproxime do conceito que eu estou por esclarecer, mas ainda falta alguma coisa e talvez esta coisa jamais aparecerá tão clara pra vocês quanto o é para mim. E aí nasce em vocês um crédito, o qual me dão, para continuar a ler o resto do texto. Acreditam sem que tenham a certeza de que explicarei: fé.

Pessoas: mundos diversos, pontos de vista, opiniões e sentimentos infindos, inefáveis! Quem se atreve a pôr a mão no fogo pelo irmão? Pela mãe, pai, marido, esposa, colega de trabalho? Todos nós! Fazemos isso todos os dias, horas sem sentir. Não fazem? Vocês não apostam nas juras, vocês não apostam talvez nas promessas, mas convivem com quem não conhecem dentro de casa! Sim! Por que quem se atreve a me dizer que conhece a fundo a alma de alguém? Quem se atreve a me dizer que lê os mais recônditos pensamentos do outro e afirma que jamais ele seria capaz de tal ou tal coisa?

Todo dia é uma aposta! Todos os dias acreditamos que entendemos e que somos entendidos. Podemos mesmo o ser, mas sem alguma garantia que o somos: fé!

E o que tem cheiro de Natal com isso? Ah... é só uma expressão toda minha que usei agora pra explicar o que sinto ao confiar em alguém: renovação, esperança, presente, confraternização, cooperação, vida! Ter fé no outro é sentir o cheiro de Natal... Não o que cria a expectativa de receber do outro o meu maior presente, mas sim de que o outro traga um mundo novo, cheio de idiossincrasias [ seria esta a palavra?] e me faça apostar nele como ele sem saber aposta em mim!

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