terça-feira, 7 de abril de 2009

ESSENCIALMENTE HUMANA

Eu sinto tanta coisa que às vezes esqueço que há do lado de fora de mim muita gente que sente parecido. Nesse esquecer de lembrar que há gente do lado de lá de fora, eu vou criando em meus sentires um monstro desumano. Vou dando vazão ao medo da incompreensão alheia [impressionante: na hora do julgamento eu lembro dos outros!] e me deixo dominar pelo "será que serei aceita?".

Quantas vezes esqueci que as outras pessoas sentem como eu? Quantas vezes esqueci que meus medos são tão meus quanto do mundo? Eu estava pensando então, que decidi não mais temer estar aquém da opinião de alguém; não quero mais estar abaixo do que quero para mim, aliás - do que mereço para mim. Então senti que os outros são tão humanos quanto eu e assim me sinto mais livre para errar e para aprender a acertar e fazer, nisso tudo, o meu caminho único até o que eu convenciono chamar de Deus!

Eu não sou uma heroína, eu sou uma menina! E às vezes eu tenho medo de crescer. Eu também já quis me proteger e inventei uma mulher que não sou eu, inventei um alguém que não leva desaforo para casa e deixa todo o troco na rua! E esta, definitivamente, não sou eu! Descobri-me querendo um urso de pelúcia pra abraçar de noite [e até ganhei, o Pulgo] e lembrei que antes eu sabia mais sonhar com as cores mais rosadas... eu posso voltar e ainda assim crescer, porque perdi o medo de sofrer, perdi o medo de ser eu e mesmo que esse eu seja aquela menina de tranças eu prefiro ser criança que aprender a beter!

Estou renunciando ao cargo de forte. Decido que doravante vencerei a mim mesma e o mundo que me espanque com o descaso, com a crítica, com o desdém; não tô me importando em ser compreendida, tô querendo mesmo é plantar lindas flores em meu jardim, eu quero cuidar de mim, para ser melhor que esse eu. Um amigo há muito tempo me pediu que eu não corresse mais atrás das borboletas, porque era difícil conseguir pegá-las e quando conseguisse elas estariam tão machucadas e feias que logo morreriam e eu teria que correr atrás de mais; ele me pediu que as flores que eu tivesse dentro de mim fossem regadas, que outras fossem plantadas e assim as melhores borboletas viriam e eu as escolheria a dedo para fazer parte de meu jardim. Na época eu não quis entender que levaria tempo para eu querer mesmo preparar o solo, arar e adubar meu terreno até que flores pudessem ser cultivadas. Agora eu compreendo. Desenvolvi amor por mim! Eu amo quem sou e os outros amores são as borboletas que sentem o perfume que eu tenho e vêm estar comigo. O melhor é que elas podem até ir embora, que eu posso até lhes sentir a falta, mas continuarei linda, perfumada e convidante sempre!

Agora meu grande passo é ser uma pessoa que sempre fui, mas tinha esquecido que era. E desta vez, não volto atrás!
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