Lembrei-me de uma passagem em que Jesus estava a dar um rolé com a galera dele e de repente eles todos encontraram um animal morto à beira da estrada [tudo nestas parábolas está á beira da estrada, repararam? Repararam que há nesta analogia a referência à marginalização? Tá... voltemos...], então, como eu ia dizendo, a carnicinha tava lá exalando toda a sua essência de "chama urubu" e quando a galera sentiu o budum o que fez? Saiu todo mundo correndo... "ema, ema, ema - cada um com seu problema!"; mas Jesus - claro, ELE! - se aproximou lentamente da carcaça fedorenta e observou: "que linda dentição!"... Ele conseguiu vencer a ojeriza à carniça e enxergou em meio a tudo aquilo um ponto de beleza.
Agora é a hora da moral e essa hora dói porque é o momento em que nós somos questionados pela nossa consciência. Moral: Jesus viu no marginal [a carniça, lembrem-se] um ponto de beleza, viu algo a ser admirado e mais: os ossos, quando a carne já foi ruída há muito tempo, é o que ainda permanece por um bom tempo! O que pensar disso? Que a essência, o que é bom permanece, apesar do fedor, do que é ruim, dos defeitos! E o que mais? Que todo mundo tem o que é bom "dentro de si" [o osso fica fora?] e há quem veja isso...
Acho que essa é uma hora legal pra não esquecermos disso. Aliás a todo instante devemos lembrar, vamos ser sinceros! Uma hora há um ser carniça que chega em nossa vida e nós DEVEMOS lhes ver os dentes - são lindos! Outra hora somos nós a incensar a vida do outro com nosso fedor e precisaremos ter alguém que nos veja os dentes!!!
Beijos a todos. E fiquem com Jesus porque o cara tá ganhando há um tempão [e tenho cá pra mim que o time dele nunca vai perder!].
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