quarta-feira, 5 de setembro de 2012

CHEGASTE


Se eu soubesse que viria, de flores me vestiria dos pés à cabeça
Se de tua vinda me avisasse, talvez já me encontrasse com as luzes acesas
Acenderia muitas velas e cobrir-me-ia de cores
Não desperdiçaria os amores colocados em outras mesas
Se soubesse que teus risos me seriam o lembrete de felicidade tanta
De deitar-me em teus mantos
Não maldiria os prantos derramados em segredo
Esbagaçaria os medos em diversos estilhaços se o longe som dos teus passos
Não me levasse ao degredo de esperar por teus abraços por tanto tempo
Por que – vida minha – não me mandou uma missiva contando de tua chegada?
Poderia eu lavar-me da lavanda dos meus sonhos de menina embonecada
Sentar-me na varanda, balançar-me ansiosa à espera do calor destes teus beijos
E hoje que te vejo ao pé da porta, namorando-me desta maneira
Como faço com a surpresa de ver-te todo em meus suspiros
Onde ponho o nervoso riso de encontrar-me com tua boca - 
E que me tenhas como louca: esperei-te a vida inteira!