quarta-feira, 15 de julho de 2009

DISCRIMINAÇÃO


Ser diferente é motivo para se chamar atenção. Mas não se chama só atenção quando se é diferente: chama-se a reprovação, as críticas, as pedras, as vaias... enfim tudo que seja representação do desgosto geral. Por que?

Necessidade de haver padrão. Há? Acredito que não. Um crivo moral, externo e falso, que muita gente costuma lançar no rosto alheio. Precisamos disto? Direi mais. Lançamos sempre um crivo moral sobre coisas que são por si só AMORAIS. Ser bípede, mamífero, vertebrado, homem, mulher, negro, branco, heterossexual, homossexual é AMORAL. Não possui juízo de valor estas características do ser humano. Aposto que teve gente que se sacudiu na cadeira quando falei da homossexualidade, não é? Claro! E espero profundamente que não tenham se sacudido quando falei da cor da pele também... já é demais para minha cabeça alguém se incomodar com a sexualidade alheia, que dirá com a cor da pele!


Moralmente certo ou errado é o que fazemos com as características que possuímos. Se uso minha sexualidade para fazer mal a alguém, sendo hetero ou homossexual, serei errado de qualquer maneira! Se me utilizo da condição de homem [e aqui me refiro ao gênero masculino mesmo] para humilhar, agredir, tripudiar [ou seja lá o quê de negativo] a uma mulher, estaria eu sendo errado. Se me sinto superior por ser branco ou negro, isso é errado. É o que fazemos com o que temos que nos torna IMORAIS ou não. E enquanto agirmos negligenciando isso seremos fomentadores da intolerância que vige em nossa sociedade. É normal atirarmos bombas nos outros? Quando vemos uma cena qualquer de guerra, achamos um horror, não? Na parada gay de São Paulo um homicida jogou uma bomba de cima de um prédio e ele não é melhor ser humano que as pessoas que estavam naquele local. Mas é muito provável que ele consiga adotar crianças e criá-las tendo o certificado social de "normal" porque não é gay.

Isso que acabei de dizer não é sem pé nem cabeça e não estou juntando duas características, nem comparando "erros"; estou dizendo que é assim que funciona a nossa sociedade! É assim que a maioria de nós se comporta, se não conscientemente nos portamos assim inconscientemente. O negro tem que enfrentar durante toda a sua vida escolar chacotas, xingamentos, risinhos. Ver um negro numa escola de classe média ou alta é digno de nos prender o olhar por alguns minutos! Porque achamos um fato digno de menção um ser humano estar na escola particular e cara e ele ser negro.

Vamos falar então de defeitos imorais; defeitos que empurram o ser humano para sua face indigna? A intolerância, o egoísmo, o orgulho, a vaidade, o preconceito são defeitos, chagas que carregamos em maior ou menor grau em nós. Algumas pessoas se esforçam bastante por dirimi-los da própria personalidade, mas ainda assim trazemos estas chagas, mais ou menos abertas em nós. Então... quem atiraria a primeira pedra tendo PLENA consciência de que possui defeitos? Muitos, não? O pior é quando achamos que o nosso defeito é pequeno e o do outro é imenso e daí açoitamos o próximo a partir do nosso patamar "superior". E claro que o que é diferente é um defeito e na nossa sanha de classificar as pessoas, colocá-las em prateleiras e enquadrá-las, demonstramos o quanto somos imbecis no julgamento e na tentativa de julgar. Matamos, oprimimos, sabotamos, violentamos o outro achando que nossa posição é sempre referência e privilégio. Quando isso terminará? Quando é que o ser humano vai acordar e perceber que é farinha do mesmo saco e para ele ser melhor [do que é hoje, não que os outros] é preciso sanar tudo de ruim que ainda carrega?

Sinceramente, estou cansada de tanto ódio, tanta desumanidade, tanta exploração, opressão e preconceito! Cansada de ver a sociedade pregar que homem é sexo forte e que não chora, que mulher tem que se submeter, que heterossexual é melhor que homossexual, que o branco é lindo e o negro é feio e que negro bonito é o que possui "traços brancos"; cansada de ver pessoas com qualquer deficiência física sendo tratadas de forma eugênica, sendo extirpadas do convívio social por serem impedidas de ter acesso irrestrito a todos os lugares. Se uma pessoa não sabe respeitar a outra [qualquer pessoa que não seja ela!], como pode se julgar boa? Digo, boa o bastante para emitir juízo de valor. Você [que discrimina] também é suportado! Aquele que é considerado imoral, sujo, feio - muito embora você não queira - lhe é IDÊNTICO.


E antes que eu ponha um ponto final no texto, quero lembrar de questões simples: saia do seu lugar e se ponha no lugar do outro. Como se sentiria sendo destratado? Como se sentiria sendo tolhido de exercer qualquer direito na vida? Por que o outro é sempre alvo de suas críticas, não seria muito mais efetivo lançá-las a si mesmo?

Um dia eu verei este mundo melhor. Tenho certeza!

terça-feira, 14 de julho de 2009

TER CORAGEM


Ter coragem não é enfrentar um touro bravo, é assumir para si mesmo que não possui a força física para vencê-lo.
Ter coragem não é sustentar uma inverdade até o fim, mas assumir que estava errado.
Ter coragem não é gritar quando alguém grita com a gente, mas se calar quando o outro não nos pode mesmo ouvir.
Ter coragem não é beber até cair, mas manter-se sóbrio diante de si mesmo.
Ter coragem não é "dizer umas verdades" a alguém, mas não plantar mentiras.
Ter coragem não é "não levar troco", mas dar a face.
Ter coragem não é assumir a culpa, mas considerar-se responsável.
Ter coragem não é dizer que não precisa de ninguém, mas assumir que se sente saudade de um ombro.
Ter coragem não é não dar o braço a torcer, mas saber voltar atrás e dizer "perdoa?".
Ter coragem não é ter muitos namorados[as], mas estar integralmente leal a um[a] só.
Ter coragem não é fazer parecer que está tudo bem, mas ser fiel aos próprios sentimentos.
Ter coragem não é ser o que os outros querem que sejamos, mas respeitarmos as diferenças.
Ter coragem não é criticar trabalhos, mas levantar -às vezes sozinhos - algumas pontes.
Ter coragem não é pular de bungee jump, mas assumir que seu limite vai até ali.
Ter coragem não é amar quem nos ama, mas amar quem nos considera inimigo.
Ter coragem não é emprestar a quem pode nos pagar, mas àquele que nunca vai nos restituir.
Ter coragem não é jamais desistir, mas entender que se tem certos limites e que há momento para tudo, até para vencer.
Ter coragem não é sustentar uma opinião até o fim, mas refletir sempre sobre a possibilidade de se estar errado.
Ter coragem não é andar no escuro, mas no meio de toda a treva acender uma luz.

Coragem se desenvolve, se aprende, se exercita. Ter coragem é estar na vida!

{Sâmia}

quinta-feira, 9 de julho de 2009

HEAL THE WORLD


Estava indo dormir agora. Fechei o msn, o gmail e iria fechar o orkut quando resolvi ver um vídeo que minha irmã me deixou. Quem me conhece sabe que não vejo quase nenhum que me mandam. Não sei o motivo, acho que é falta de paciência em esperar baixar mesmo. Enfim... desisti de dormir por instantes. O vídeo era da música título do post. Sabem que ela é de Michael Jackson. E eu havia pensado em não falar sobre ele - como, de fato, não falarei muito -, entretanto algo muito mais forte me fez sentir uma vontade imensa de gritar qualquer coisa sobre o que eu ouvi e li. Acho que nem gritarei o suficiente para falar sobre o que senti.

Não deve ser simples um ser que constrói uma melodia destas. Não é o absurdo musical, melódico; não é uma melodia digna de ser lembrada por sua construção ímpar, mas não é isso que faz uma música ser um hino. Ela é bela, sem dúvida. Para mim, pelo menos, é! O que a fez ser um rasgo de alma é a conjução letra e melodia e isso destaca seu compositor dentre tudo. Destaca-o e o distancia de outros tantos - bons e maus - que não fazem muito. São bons os que beneficiam somente os seus? São, mas há quem faça mais. Eu confesso que invejo o Michael e outros cantores que fazem de sua música um resgate de almas. Talvez o talento que possuam muito além do meu justifique isso, embora minha vontade seja imensa. E a alma é tão mais bonita em sua bondade, que no momento em que ela partiu daqui deste planeta, foi infinitamente mais lembrada por estas construções imperecíveis [insisto em ter certeza de que o mal perece, inapelavelmente].

Até me despreocupo em acharem que estou escrevendo sobre ele e que, sendo isso, eu ainda estaria na onda do "morreu, virou santo". Eu não falo só de Michael, mas de todo poder que têm as almas que dedicam efetivamente parte de suas vidas para fazer diferença na vida do mundo! Eu estou falando dos que lutam pelos seus e "os seus" são todos. Essa música tem a capacidade de acordar em nós aquela parte anestesiada, cultivada pela indiferença, alimentada pelo egoísmo diário; tem o poder de fazer-nos sentir a necessidade de dar um basta em tudo que há de mal, a começar em nós.

Uma música que precisa ficar gravada. Ainda bem que houve um dia aqui pessoa com capacidade de falar de amor, de esperança, de justiça, de paz, de harmonia, de altruísmo... além de Jesus, outros lançam mão do que têm para pensar e fazer algo a mais. Michael não era só um grande dançarino [iguais? onde?], um bom cantor e que também compunha. Era um ser humano que sofreu em sua infância coisas que eu e você, que lê este texto, nem sonha em viver; era um ser humano, cuja música nos lembra que nossas atitudes plantam um mundo melhor, e este mundo nasce de uma ação que tem a dimensão do grão de mostarda. Quantos falariam de amor, cantariam sobre o amor tendo vivido o que ele viveu? Sei que ressoarão repostas cretinas e tão pífias quanto quem as elaborou, dizendo: "se eu tivesse o dinheiro que ele tinha, faria a música que você pedisse". Dois erros: ele não teve sempre dinheiro e música [deste calibre] só se faz com uma alma imbuída de propósitos dignos. Não é o caso de quem é pago tão somente para isso. Se assim o fosse, nasceriam músicas por todo mundo, brotando das almas [?] de poderosos, falando sobre a fome, a poluição, a guerra que fomentam, as drogas e o tráfico... tentando indignar o mundo. É preciso mais que dinheiro!

Que esse prurido não cesse em nossa alma, que as lágrimas faladas na música se concretizem, que o mundo seja mesmo um lugar bem melhor para se viver, que armas virem arados, que cores de peles se abracem, que nos tornemos melhores! Ouçam esta música, insistam e ver o que ele viu! A versão, feita pelo grupo Roupa Nova, merece recomendação; embora versões nem sempre sejam dignas de menção, esta pode ser cantada sem medo de estar ferindo a alma da música original. Afinal de contas, Michael cravou em sua música algo tão forte que pode ser traduzido em qualquer língua: amor.

Tem como não falar de Michael lembrando a semente plantada por ele? Não... frutos e árvore se confundem!

"A PAZ

Deve haver um lugar dentro do seu coração
Onde a paz brilhe mais que uma lembrança
Sem a luz que ela traz ja nem se consegue mais
Encontrar o caminho da esperança

Sinta, chega o tempo de enxugar o pranto dos homens
Se fazendo irmão e estendendo a mão

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Se você for capaz de soltar a sua voz
Pelo ar, como prece de criança
Deve então começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança

Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão e dividir o pão.
[...]
Quanta dor e sofrimento em volta a gente ainda tem,
Pra manter a fé e o sonho dos que ainda vêm.
A lição pro futuro vem da alma e do coração,
Pra buscar a paz, não olhar pra trás, com amor."


terça-feira, 7 de julho de 2009

SABER SER O QUE SE É E PRONTO!


E se tudo o que eu sei fosse revelado? E se tudo o que eu sinto fosse entendido? E se eu pudesse entender o que todos falam? Eu não seria eu! Seria... quem eu seria? Quem sou eu?

Não tenho perfeição. Não sei de tudo o que me perguntam. Meus sentimentos não são todos positivos. Eu não sou a melhor pessoa deste mundo. O que sei é que no lance da perfeição eu me esforço muito. Sobre as perguntas que me fazem, eu respondo quando sei, quando não sei eu digo: "não sei o que é, você sabe?". Sentimentos entram na lista da perfeição: tenho um infinito por construir. Enfim... sempre é bom chegar a conclusões que lhe coloquem no seu devido lugar - ainda que você não o tenha etiquetado. É bom saber que eu sou a melhor que posso ser por agora.

Se Deus me permite errar, por que merda eu haverei de me importar tanto com o que um reles mortal como eu pensa sobre minhas escolhas? Eu não falo isso quando atinjo alguém. Não, isso não. No que concerne aos outros, quando eu erro, peço desculpas. Pode até ser que o outro demore para entender que eu estou dizendo que errei, que me arrependo e que sinto muito; mas aí já é com ele. Mania que as pessoas [até eu devo ter esta porcaria de comportamento às vezes] têm em querer sanar toda raiva até o final... resolve? A mágoa é sua... o reverso é válido!

Eu erro, tu erras e todos nós erramos... isso é bom porque cria a solidariedade geral. Todo mundo no mesmo barco sem regalias. Chega de falar de erro...

Sabe o que pensei agora? Numa revista em quadrinhos! Sabem quando a Mônica ou qualquer um da turma dela sai do quadro e cai na parte branca? rs Sabe quando há algo para além do quadrinho colorido e este algo fala com eles? Pois é... estou exatamente assim... o pior de tudo é que sei que vai demorar muito para aparecer aquele quadradinho escrito "FIM" no pé da página. Tem horas que eu quero que a vida seja uma tirinha! rsrsrsrs Mas eu sei que Deus não economiza papel em se tratando de mim; Ele gosta de me ver atuar, deve ser meu fã, na certa.
Eu tinha mania de ler o final da história, mas agora nem isso eu posso! Minhas "bruxarias" ficam restritas ao quadro mesmo. E por falar nisso, minhas histórias preferidonas são as do Penadinho. Alguém me esclarece por que Maurício não lança um almanaque só com aquelas preciosidades? Desde pequena sempre gostei de "coisas do outro mundo" e hoje nada mudou.
Ainda lá... na parte branca fora do quadrinho colorido... estou por lá. Olhando as pessoas e as coisas. Cadê o Anjinho? Eu queria ir parar naquela nuvem. Na verdade, eu queria comer feito a Magali e não engordar nenhum grama. Se Deus me desse a força da Mônica, eu poderia cometer algum homicídio. rs Melhor deixar quieto. Falar errado como o Cebolinha é batata, de vez em quando minha irmã me pede pra falar alguma palavra onde as letras "g" e "z" estejam em sílabas próximas: é um desastre.

Pensei noutra coisa: a vida é um jogo dos sete erros. Passamos muitas situações repetidas até que olhemos o detalhe que está fora do contexto e consertemos; mas o primeiro passo é achá-los. A diferença é que se fosse sete mesmo eu já tinha achado há um tempão. Mas são tantos... [É bom porque aí a revista fica mais grossa, demora de acabar!]

Estou cansada, fim de semestre na faculdade; hoje eu fiz uma prova e estou aqui com sono porque fui dormir às 2:00 h estudando.

Agora eu descobri porque amo, amo, amo canetas, lápis, papéis coloridos: preciso contruir neste mundo minha própria história em quadrinhos, mas com o material que tem por aí, só colocando mais cor em tudo isso:

"Vou pintar um arco-íris de energia
Pra deixar o mundo cheio de alegria
Se tá feio ou dividido
Vai ficar tão colorido
O que vale nessa vida é ser feliz
Com o azul eu vou sentir tranqüilidade
O laranja tem sabor de amizade
Com o verde eu tenho a esperança
Que existe em qualquer criança
E enfeitar o céu nas cores do amor
No amarelo um sorriso
Pra iluminar feito o sol tem o seu lugar
Brilha dentro da gente
Violeta mais uma cor que já vai chegar
O vermelho pra completar meu arco-íris no ar

Toda cor têm em si
Uma luz uma certa magia
Toda cor têm em si
Emoções em forma de poesia"

{Não resisti! rs}