Qualquer momento é uma desculpa para comer brigadeiro. Está em festa? Ele! Terminou um namoro? Ele! Curinga das línguas felizes e tristes, este doce feito com a simplicidade culinária, merece o nosso total respeito. Afinal, a quem não toma remédio para dormir e não pode comprar petit gateau para amainar a fome de doce e calma, o brigadeiro é a salvação!
Ingredientes:
.Um bocado de tristeza, tédio, frio ou alegria, amigos;
.Chocolate em pó ou raspas de uma barra de chocolate meio-amargo que sobrou daquela cobertura de bolo;
.Lágrima e riso;
.Leite condensado. O quanto quiser e o mesmo para o chocolate. Depende do tamanho do buraco que queira tapar. Se for no estômago, não exagere. Se for no coração: overdose nunca é demais. Parece-me que na alegria a gente não se excede nestas coisas; a alegria já é tão doce que nos tira o apetite;
.Manteiga; tem gente que coloca. Um colherzinha está bom, só para dizer que pôs [vai que sirva mesmo para alguma coisa na receita].
Modo de fazer:
Pegue uma panela de teflon para que a menor quantidade da substância fique grudada no recipiente. Retire a culpa da mente. Ponha o leite condensado [de acordo com aquela quantidade referencial de desespero ou festejo], depois misture o chocolate e a manteiga. Leve ao fogo brando e mexa. Mas se você não mexer a toda hora e formar aquelas bolotas meio queimadas, a meu ver, ele fica perfeito. Faz parte do apreciar brigadeiresco, sentir aquelas bolinhas grudarem nos dentes e enquanto a conversa com os amigos flui, você vai tentando dissolver ou tirá-las com a ponta da língua.
Quando sentir que já se formou aquela pasta homogênea, ou pseudo-homogênea, desligue o fogo. Pegue uma travessa, um prato grande, uma coisa que sirva para espalhar a pasta salvadora e retire-a da panela com o auxílio da colher que usou para mexê-la. Quando retirar tudo, lamba a colher. Quando a panela esfriar, passe o dedo no que sobrar [não sem antes disputar com quem lhe ajudou ou só ficou olhando e esperando para comer].
Ponha na geladeira a travessa com o brigadeiro e espere esfriar. Se não tiver paciência, coloque-a no congelador mesmo.
Mostre aos amigos onde eles podem pegar as colheres, pegue a sua, sentem-se à mesa ou no chão, de maneira que o brigadeiro fique no meio, ao alcance de todos; como num ritual tribal em volta de uma fogueira que aquece o frio da alma e ilumina as histórias. Salivem, suspirem e comecem pelas bordas.
[Acessem o blog partilhado por mim, Roberto e Merenda:
2 comentários:
Vamos fugir!
Deste lugar
Baby!
Vamos fugir
Tô cansado de esperar
Que você me carregue...
Só agora me dei conta do quanto me distanciei das minhas tribos e há quanto tempo nossas tradições são apenas lembranças colegiais... Ai, que nostalgia!
MamiSam, vc é impossível!
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