terça-feira, 27 de dezembro de 2011

SE RESPEITE, MULHER!

Ei moça, essa é pra você.

Vamos nós duas pensarmos em nosso comportamento? Nós duas somos mulheres e independente da afinidade sexual com o sexo oposto, nós gostamos das mesmas coisas. Não somos iguais, que fique claro. Somos de tribos distintas, de países diferentes, moramos em ocas, palácios, apartamentos, viadutos... mas temos peito, podemos parir, somos mais redondinhas que os homens, nossa voz é [geralmente] menos grave e temos menos força física que os meninos.

Por alto: isso é mulher. Querida, todas temos uns medos em comum. Todas sabemos das dores que são só femininas. Sabemos como o nosso mundo é atacado por exigências de uma moda ou outra. A gente tem medo de estria e celulite; de peito caído, de bunda flácida, de bigode chinês, de queda de cabelo, de unha quebrada, de não caber no jeans... partilhamos um ou outro ou todos esses medos.

Desde a infância a gente tem que sentar de perna cruzada, não falar alto, não xingar, não ganhamos carrinhos, usamos rosa, não brincamos sozinhas até tarde, não jogamos futebol. Na adolescência passamos a ser histéricas, choronas, mocinhas, cabelos alisados, dentes em aparelhos, pernas depiladas, olhos de rímel, boca de gloss. Adultas, trabalhamos na rua, trabalhamos em casa, trabalhamos final de semana, cuidamos, cuidamos, cuidamos.

Por que, querida, nós - conscientes disso tudo - somos tão cruéis umas com as outras? Por que apontamos aquilo que desde sempre foi considerada uma falha em nós e que é somente o que nos difere umas das outras? Por que o olhar de desdém na praia? Por que o olhar de deboche no shopping? Por que a outra tem que colocar silicone para ter aquele peito universal? Por que o botox na testa até ela brilhar?

Aceitamos os nossos corpos serem vitrines de um mundo doido, mas mantemos isso com a crueldade de nossas críticas a nós mesmas. Somos maldosas com as bem-sucedidas e com as mal-sucedidas. Falamos mal da roupa, do batom, do salto, da bunda, do peito, do dente, da barriga. Patrulhamos todas as desiguais. Somos nossas inimigas. Mas por que, se somos mulheres?! Quem, melhor que nós, para entender a nossa própria "dor" de cólica, de parto, de salão de beleza, de cutícula de unha, de alergia a Omo, da coluna acabada de lavar calça jeans? Se nós passamos por quase as mesmas coisas, por que diabos competimos tanto entre nós?

Será que o "amor ao pinto" em nós mulheres se espalha por todos os lados e não tendo a energia de nossa competição concentrada no tamanho pintal, prestamos mais atenção no resto todo? Não sei meninas, mas o que sei é que precisamos ser menos carrascas de nós mesmas e iniciarmos uma nova revolução feminina - SE RESPEITE, MULHER! 

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