quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

SERÁ QUE ELE É?


Caio Castro revelou que preferia ser tachado de “pegador” a ser de gay. E eu concordo. Ninguém quer ser violentado, ninguém quer passar sua própria intimidade à revista social, ninguém quer ser colocado de lado desde a infância-adolescência por ser diferente, ninguém quer ter que andar com o amor da sua vida a dois metros de distância, sem poder pegar na mão. Ninguém merece isso! Mas é isso que ofertamos, como “classe superior da sexualidade humana” àqueles que se reconhecem como gays.
O que queríamos, que o ator fosse politicamente correto e afirmasse que “tanto faz ser chamado de uma coisa ou de outra, cada um é o que”? Ah sim... e receber pedradas? Antes de ajustarmos a mira de nossa máquina mortífera chamada língua e atirarmos dardos venenosos em Caio Castro, miremos na verdade: os gays são assassinados externa e internamente todos os dias e é preciso ter coragem para ser feliz ao assumir-se gay!
O que está errado é nossa sociedade atacar de tal modo os homossexuais que ninguém queira ser marcado com tal “pecha”. É preciso desvendar o discurso do “eu tenho vários amigos gays, mas não quero um filho gay”; e até mesmo estes pais que assim se expressam, carregam certa dor de saber, de ter certeza de que, se seu filho for gay, ele vai sofrer muito – por ver seu ente correndo riscos. Não é simples para ninguém ser alguma coisa desigual dos coleguinhas.
O que o ator fez foi, além de assumir-se heterossexual com aval social para ser galinha, desincumbir-se da árdua tarefa de procurar outro emprego, uma vez que a declaração de ser homossexual não é bem vista nem mesmo dentro do meio profissional em que ele se meteu – não se for galã. Até isso: se for bonito, nada de ser gay, hein!
Ah... quando tiver novela só de gay ou novela com tudo bem misturadinho e sem distinção do que é sexualmente bonitinho, a depender da audiência e lucros, vai ter muito heterossexual se dizendo gay. Eita mundo esquisito!

Nenhum comentário: