Caio Castro revelou que preferia
ser tachado de “pegador” a ser de gay. E eu concordo. Ninguém quer ser violentado,
ninguém quer passar sua própria intimidade à revista social, ninguém quer ser
colocado de lado desde a infância-adolescência por ser diferente, ninguém quer
ter que andar com o amor da sua vida a dois metros de distância, sem poder
pegar na mão. Ninguém merece isso! Mas é isso que ofertamos, como “classe
superior da sexualidade humana” àqueles que se reconhecem como gays.
O que queríamos, que o ator fosse
politicamente correto e afirmasse que “tanto faz ser chamado de uma coisa ou de
outra, cada um é o que”? Ah sim... e receber pedradas? Antes de ajustarmos a
mira de nossa máquina mortífera chamada língua e atirarmos dardos venenosos em
Caio Castro, miremos na verdade: os gays são assassinados externa e
internamente todos os dias e é preciso ter coragem para ser feliz ao assumir-se
gay!
O que está errado é nossa
sociedade atacar de tal modo os homossexuais que ninguém queira ser marcado com
tal “pecha”. É preciso desvendar o discurso do “eu tenho vários amigos gays,
mas não quero um filho gay”; e até mesmo estes pais que assim se expressam,
carregam certa dor de saber, de ter certeza de que, se seu filho for gay, ele
vai sofrer muito – por ver seu ente correndo riscos. Não é simples para ninguém
ser alguma coisa desigual dos coleguinhas.
O que o ator fez foi, além de
assumir-se heterossexual com aval social para ser galinha, desincumbir-se da
árdua tarefa de procurar outro emprego, uma vez que a declaração de ser
homossexual não é bem vista nem mesmo dentro do meio profissional em que ele se
meteu – não se for galã. Até isso: se for bonito, nada de ser gay, hein!
Ah... quando tiver novela só de
gay ou novela com tudo bem misturadinho e sem distinção do que é sexualmente
bonitinho, a depender da audiência e lucros, vai ter muito heterossexual se
dizendo gay. Eita mundo esquisito!
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