E mais um ano vai-se embora.
Agora é hora de refletir: fitas azuis ou vermelhas para fazer o laço do
presente? Ano novo chegando e nos primeiros dias de janeiro: “putz, dia
primeiro cai logo num domingo?!”. Amiguinhos... sejamos sinceros, parir é muito
dolorido! Parir é tão forte que nem dá pra conjugar o verbo no presente, na
primeira pessoa do singular, do modo indicativo. Parir é para o futuro, é coisa
para vim depois de todo um processo, toda uma construção, durante um tempo
gestacional. E gestação é saber que aumentarão o seu peso e a medida das roupas,
mas também a responsabilidade constante, presente e futura daquilo que se
criou.
Assim como vemos pais
negligentes, somos nós negligentes com o pre-natal [sacaram qual a analogia?
Não? Tem mais texto, logo entenderão. Espero]. O pre-natal é o ano todo. É o
tempo em que alimentamos a criança dentro de nós, alimentamos as esperanças, esforçamo-nos
para que o fruto ganhe peso, forma, saúde, prosperidade. Tomamos os devidos
cuidados, as vitaminas todas, comemos beterraba e aquelas coisas legais de
fortificar crianças. Nesse tempo pensamos como será o nascituro; vai se parecer
com quem, quantos dedos, o sorriso, cabeludo, cor dos olhos, personalidade...
quando nasce, já não dá pra voltar atrás e modificar o que está estranho. Está
ali o seu filho.
Quando chega o Natal, não dá pra
voltar o ano todo e desejar um feliz Natal. Primeiro que fazer nascer Jesus em
nós é um processo longo, tal como uma gestação de uma vida inteira – e muitas
delas. Segundo que o parto será feliz na medida em que escolhemos como Jesus
sairá de nós, não dá pra tirar Jesus a fórceps. Depois, precisamos entender que
receber alguém é uma alegria, mas no improviso não se faz uma grande festa –
seu coração está preparado para um feliz nascimento?
Sabem porque Jesus nasceu sem
enxoval? O essencial já estava com ele. E nessa época de Natal nos comportamos,
quase todos, como uma mãe maluca e imprevidente que sabia estar grávida, mas
resolveu comprar tudo de última hora. É agora a hora de pensarmos em laços e
fitas e bolas e luzes e perus... agora não é hora de refletir mais nada! Refletir
é no dia a dia.
Por isso, desta vez, não lhes
desejarei um “feliz Natal”. Vou desejar que o ano vindouro seja a oportunidade
nova de fazermos todos o pre-natal correto: menos mentiras, menos hipocrisia,
menos ódio, menos irresponsabilidade, menos alimentos ruins, menos brigas,
menos tudo de ruim. Aí no dia do nascimento [que só Deus sabe quando será]
todos nós teremos: Verdade, Sinceridade, Amor, Responsabilidade, Saúde, Paz e
Tudo de Bom.
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