sexta-feira, 13 de maio de 2011

PERDÃO A MIM.

Perdão, eu, perdoe-me a mim. Eu que erro tanto comigo, perdoa meus erros vãos? Eu não sei, não sei não; e por não muito saber é que erro comigo. "Perdoa", é o que digo aos outros e peço perdão a todos que posso afetar com meu não-saber, com meu errar. Na hora de ser meu melhor amigo, transformo-me em juiz, carrasco, executor e esqueço o amor que tanto tento espalhar.

Quero saber o porquê desta mania de exercitar perdão pra fora e esquecer o perdão de dentro, esquecer que eu piso na minha própria bola e preciso de tempo pra aprender a andar. Nada me autoriza a ser meu próprio torturador.

Nem eu mesmo sei o tanto que não sei; ignorar é de minha natureza e não posso querer acertar tudo, alinhar todos os passos com a certeza, porque vou errar, ainda, absurdos. Tem gente que não erra o que eu erro, mas eu tenho um jeito de viver, de cair e levantar que é só meu, por que me cobrar o que não cobro de mais ninguém? Vai, eu, me perdoa também!

Eu não quis desistir, não quis deixar de tentar e meu medo de errar é também o de ferir alguém. Eu não sabia fazer todas as coisas aos 17 e estou folheando boletos de cobranças retroativas, enquanto a vida não para pra senhor ninguém. Pega leve comigo, tem dias que pareço me esfregar no vidro moído, como se isso fosse fazer diferença para as coisas por fazer e as feitas erradas. Tem hora que eu acho que não nasci pra nada, não presto para coisa alguma, mas eu sei que já muito cresci de outros ontens para hoje. Se eu olhar bem, verei que tem uma boa porcentagem de coisas do bem, nem que seja na intenção.

Perdoa, eu, me perdoa, pois não há nada mais que muito doa do que não ter auto-perdão.

2 comentários:

Thiago Fiel disse...

Sem palavras para tal...
Amei o texto!!!!!!!!

flores ao caminhar... disse...

Lindo muito lindo Mamy Sam... AMEI!