terça-feira, 10 de maio de 2011

AMAR É MAR - É MARÉ

Porto de medo. Aporta na alma uma falta de segurança: saudade, saudade, saudade - venta. Meu peito se encolhe, a alma que some, a mão que me deixa, sorriso se esvai: para onde vou eu, para onde vou eu, para onde vou eu - me desfaço em eco. Acerto um suspiro, esqueço compromisso, adoeço, o sangue me some: nasceria de novo e esqueceria meu nome, se possível fosse - a sorte tem amnésia de mim?

Mamãe - quem era você? Mamãe - que sou eu? Mas, mãe... o que foi que eu fiz? Mais mãe para aquela que fiz. Mãe, me perdi de você quando ainda criança e vejo que mais crianças se perdem quando mães não se acham - quero força pra equilibrar essa equação. Não tem matemática que dê jeito no resto da soma que ficou em minha alma - mão de mãe sustenta e estraga.

Pai, sei que não me abandona e por isso caminho, sem aquele destino que você queria, sem aquele gostinho de bem-sucedida filha, sem sandálias de guerra, sem saber se virar com tantos papéis nesse escritório da Vida.

Barcos-pensamentos vagam frios pelas águas da incerteza e eu tremo em pensar que levo vida comigo - vida que é barco, que se apressa ligeira em fugir de mim, acorrentada em minha proteção desprotegida. E sozinha vai a menina gritando por mamãe, gritando a mãe, gritada por dentro e ouvindo o silêncio bravio do mar que diz a todo instante: navegar, navegar, navegar...

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