segunda-feira, 24 de maio de 2010

ACTIVIA + JOHNNIE WALKER = REPUTAÇÃO?

O que somos e o que pensam de nós guardam, entre si, uma distância mais ou menos considerável. O nome desta relação é reputação. Isso pode ser chamado de projeção da própria imagem aos olhos alheios. Aliás, pode ser chamado de inúmeras coisas; fica ao gosto do leitor. Comecei a escrever para me questionar com o que mais me importo. O que eu sou é real para mim, o que pensam de mim é real para os outros e estas coisas bem que poderiam se encontrar no meio do caminho, mas não é desta maneira que ocorre.

Eu me importo com o que pensam a meu respeito e creio que muitas pessoas assim procedem. A diferença está em quanto pautamos nossas decisões na tentativa de agradar a percepção dos outros sobre o que somos. Se as pessoas estão associando activia+johnnie walker para minha vida, por que me incomodar com o que elas pensam a meu respeito? É porque parte do que sou é construído baseado no feedback que outros me dão acerca do que projeto. Se é aceito, aplaudido, então repito. Se é reprovado, então deixo de agir de tal maneira. Isso funciona assim e de forma clara quando somos crianças. Mas quem disse mesmo que somos todos adultos?

Não queremos desagradar, essa é a verdade. Mas tem gente que agrada os outros, se finge de bobo e ainda leva vantagem! Isso porque se utiliza da fórmula activia+johnnie walker para o que os outros pensam a seu respeito e os deixa imaginando que são os verdadeiros safos.

Acabei de ler uma destas histórias de internet atribuídas a Arnaldo Jabor [quando não é a ele, é a Pedro Bial, claro!] e achei muito interessante algumas conclusões retiradas da fábula internetêsca. Bem, é a história de um "idiota" que sempre perde numa brincadeira de moedas com tamanhos variados e valores idem. Ele sempre pega a maior moeda que tem valor inversamente proporcional ao seu tamanho; todos riem e o idiota continua reforçando sua imagem de idiota. O fato é que ele sabe muito bem que a moeda maior tem menor valor, mas se agir de forma diferente a brincadeira acaba e ele deixa de somar sempre mais ao seu bolso. Deste caso tiraram algumas conclusões que transcrevo agora:

A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.
Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.
Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos.
"O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente."

Todas as conclusões são lógicas e estão corretas, por isso. Entretanto, prestemos atenção na frase em vermelho. Quem realmente o "idiota" era? Um esperto. Os outros eram os verdadeiros idiotas? Por que? Porque tentavam se divertir com a pseudo-idiotice do rapazote, tendo atitude de espertos. No final das contas todos eram iguais!
O que impera nesta fábula é a lei da esperteza, da camuflagem, do toma lá da cá. Não tem nada de "quem realmente somos". Se trata aí de valores morais corretos e em discrepância com uma unanimidade vil? Não. Todos estão sendo vis. O esperto sendo mais esperto que o bando de espertos. E só. Se o tal idiota é o herói da historieta é que estamos elegendo bandido no lugar de mocinhos. Isso é o que ele realmente é? Que pena...!

O que importa é o que pensamos sobre nós mesmos, mas quando escondemos o que somos para enganar os outros, estamos na verdade não só concordando com eles, mas sendo muito pior do que eles imaginavam. Sustentar o que realmente somos e ter escrúpulos é uma associação perfeita com activia+johnnie walker, porque aí você pode mesmo cagar e andar para o que falam a seu respeito, pois todos estarão errados sobre você, mas a sua sensação íntima será de consciência tranquila e não de "enganei mais um bando de otários".

5 comentários:

Thiago Fiel disse...

nem todas as conclusões são lógicas...
muitas são apenas conclusões, pois as pessoas nao estao acostumadas as pensar, pq pensar doi, incomoda, cansa...
mas bom texto!!!!!!!

Marcelo disse...

Cadê a Sâmia?

Sâmia disse...

Acho que terei que te explicar melhor este texto, amigo. Sâmia está aí!!! Veja só a ética. Será que você entendeu, mesmo?

Um beijão, amigo!!!

Marcelo disse...

Não estou vendo letras... Vi (desde o início a ética e o que há de seu), mas...

... Mas o importante é que você tem de melhor (e eu sei o que tem). O resto... (rsrs) é resto!


Beijo!

Anônimo disse...

Lendo o seu texto me veio a lembrança de um livro essencial para essa discussão, moral e literária, sobre nós,os outros e a estultície humana: "O Idiota", de Dostoiévski.

Bj.
Roberto