O que somos e o que pensam de nós guardam, entre si, uma distância mais ou menos considerável. O nome desta relação é reputação. Isso pode ser chamado de projeção da própria imagem aos olhos alheios. Aliás, pode ser chamado de inúmeras coisas; fica ao gosto do leitor. Comecei a escrever para me questionar com o que mais me importo. O que eu sou é real para mim, o que pensam de mim é real para os outros e estas coisas bem que poderiam se encontrar no meio do caminho, mas não é desta maneira que ocorre.
Eu me importo com o que pensam a meu respeito e creio que muitas pessoas assim procedem. A diferença está em quanto pautamos nossas decisões na tentativa de agradar a percepção dos outros sobre o que somos. Se as pessoas estão associando activia+johnnie walker para minha vida, por que me incomodar com o que elas pensam a meu respeito? É porque parte do que sou é construído baseado no feedback que outros me dão acerca do que projeto. Se é aceito, aplaudido, então repito. Se é reprovado, então deixo de agir de tal maneira. Isso funciona assim e de forma clara quando somos crianças. Mas quem disse mesmo que somos todos adultos?
Não queremos desagradar, essa é a verdade. Mas tem gente que agrada os outros, se finge de bobo e ainda leva vantagem! Isso porque se utiliza da fórmula activia+johnnie walker para o que os outros pensam a seu respeito e os deixa imaginando que são os verdadeiros safos.
Acabei de ler uma destas histórias de internet atribuídas a Arnaldo Jabor [quando não é a ele, é a Pedro Bial, claro!] e achei muito interessante algumas conclusões retiradas da fábula internetêsca. Bem, é a história de um "idiota" que sempre perde numa brincadeira de moedas com tamanhos variados e valores idem. Ele sempre pega a maior moeda que tem valor inversamente proporcional ao seu tamanho; todos riem e o idiota continua reforçando sua imagem de idiota. O fato é que ele sabe muito bem que a moeda maior tem menor valor, mas se agir de forma diferente a brincadeira acaba e ele deixa de somar sempre mais ao seu bolso. Deste caso tiraram algumas conclusões que transcrevo agora:
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.
Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.
Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos.
"O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente."
Todas as conclusões são lógicas e estão corretas, por isso. Entretanto, prestemos atenção na frase em vermelho. Quem realmente o "idiota" era? Um esperto. Os outros eram os verdadeiros idiotas? Por que? Porque tentavam se divertir com a pseudo-idiotice do rapazote, tendo atitude de espertos. No final das contas todos eram iguais!
O que impera nesta fábula é a lei da esperteza, da camuflagem, do toma lá da cá. Não tem nada de "quem realmente somos". Se trata aí de valores morais corretos e em discrepância com uma unanimidade vil? Não. Todos estão sendo vis. O esperto sendo mais esperto que o bando de espertos. E só. Se o tal idiota é o herói da historieta é que estamos elegendo bandido no lugar de mocinhos. Isso é o que ele realmente é? Que pena...!
O que importa é o que pensamos sobre nós mesmos, mas quando escondemos o que somos para enganar os outros, estamos na verdade não só concordando com eles, mas sendo muito pior do que eles imaginavam. Sustentar o que realmente somos e ter escrúpulos é uma associação perfeita com activia+johnnie walker, porque aí você pode mesmo cagar e andar para o que falam a seu respeito, pois todos estarão errados sobre você, mas a sua sensação íntima será de consciência tranquila e não de "enganei mais um bando de otários".
5 comentários:
nem todas as conclusões são lógicas...
muitas são apenas conclusões, pois as pessoas nao estao acostumadas as pensar, pq pensar doi, incomoda, cansa...
mas bom texto!!!!!!!
Cadê a Sâmia?
Acho que terei que te explicar melhor este texto, amigo. Sâmia está aí!!! Veja só a ética. Será que você entendeu, mesmo?
Um beijão, amigo!!!
Não estou vendo letras... Vi (desde o início a ética e o que há de seu), mas...
... Mas o importante é que você tem de melhor (e eu sei o que tem). O resto... (rsrs) é resto!
Beijo!
Lendo o seu texto me veio a lembrança de um livro essencial para essa discussão, moral e literária, sobre nós,os outros e a estultície humana: "O Idiota", de Dostoiévski.
Bj.
Roberto
Postar um comentário