segunda-feira, 6 de junho de 2011

[IM]PRECISO CAMINHAR

Pernas, para que as tenho? Pernas, por que não correr mundo? Pernas, e onde me andarás? Por que não pernejo o mundo e revejo o fundo das minhas vontades? Se é medo de não ter perna ou se é de descobrir que não há mundo bastante que gaste as canelas que tenho? Enquanto me calo, pergunto ou pelejo pra bater as pernas ao encontro do outro lado da ponte, planejo ou temo a altura da queda. Mas sei que minhas pernas não me levam para longe da razão, então, andar, por que não?

Pernas, eu queria dança-las. Queria, pernas, que a força que possuem, pudesse dar uma trivela neste mundo. Sustentam o peso de meu corpo e culpas; já nos metemos em tantas carreiras, tantas lutas, por que param agora assim? É medo do que possa vim de mim ou de encontrar o não de alguém? Se não correm, pelo menos, caminhem! Vão cantando pelo caminho, pernas minhas e de repente encontrarão outras pernas também.

Pernas, meio-fio é consequência da calçada e se estão na rua, melhor catar uma direção digna, mas se não encontrarem nada, subam no muro - humana é a indecisão. O medo da imprecisão é item que vem de fábrica. Não há destino certo; a vida, meninas, é um longo, acidentado campo aberto. A única coisa que vocês podem fazer é se dobrarem muitas, muitas, muitas vezes e até que chegue o tempo de ficarem esticadas, ainda há muito o que fazer. Preciso caminhar.

Um comentário:

Sócrates disse...

Parabéns menina!!!
Mais uma jóia de texto!!!