terça-feira, 7 de setembro de 2010

POR VOCÊ

Vi, mas não sabia que por você cantaria em alta voz o hino do Bahia; mas quem adivinharia? Era para ser assim, mas só você sentia. Não quis crer que o óbvio seria o certo, que o inexplicável estaria tão perto. Deve ser assim: luzes fortes cegam, coisas belas emudecem-nos, o simples nos confunde; estas coisas só se sabe com o coração aberto. E o meu enlouquecia...
Côncavo e convexo, opostos que se encaixam e mesmo que um chinês chato nos diga o contrário - fomos feitos um para o outro. Por você eu compro prateleiras, arrumo minhas idéias, meias, livros, sapatos, desculpas. Assereno meus ímpetos, adoço meus instintos, solto meus grilos. É por você que sorrio nas manhãs de chuva e molho fronhas de saudade. Tiro o batom, faço as unhas e depois esqueço tudo isso atrás da porta - I see you e a aparência pouco importa! [Mas por você me arrumo].
Por você eu sinto medo e segurança. Tesouros são presentes, não se deve perdê-los - não mais de uma vez. 
Desde você, faço lista de músicas, de nomes para meninos, acostumo-me com o frio, estudo inglês e acredito que minha casa é o mundo inteiro. Se me jogo, você me segura; se esqueço, você lembra; se espalho, você junta.
Por você e por mim é que tudo se fez assim: eterno.

Um comentário:

eliana mara disse...

Sempre tenho dúvidas se há como falar de amor de modo leve e ao mesmo tempo original, sem repetir as mesmas imagens, os mesmos clichês.
Teu texto me surpreende porque você consegue falar de amor de um jeito leve, gostoso de ler, que dialoga com muitos outros textos, mas tem a sua própria marca. O final dá um colorido incrível.
Gostei mesmo!