Eu estava esperando Juliana amar pra eu voltar a falar bem
do mundo. Tava querendo ver até onde iríamos aguentar: Juliana sem amar e eu
sem falar bem da vida. Não suportamos por muito tempo. E eu não sabia, dona
Juliana, que amavas tão bonito assim! Tão bonito que me faz conjugar o verbo todo
enfiado na segunda pessoa do singular.
Não que Juliana tenha inventado um jeito outro mais bonito
de amar, mesmo porque Juliana é igual a um bando de menina bonita que se vê por
aí. Daquelas bonitas que são mais bonitas porque não tem certeza de nada – nem da
beleza de si, nem do amor. Juliana, ah Juliana...! Amando, hein? Só você não
sabia que podia ir fazendo isso tão bem. Fica a dica: nem sempre amiga mente
pra te ver sorrir!
Ontem eu pensei que estava sem tripas e hoje vejo você
assim, não tem como não rir, como não bendizer este mundo que faz Julianas
encontrarem garotos que lhe possam – e saibam – amar. E eu estou feliz porque
posso voltar a dar uma banana p’aqueles que vivem afiando os cascos nas
navalhas de pessimismo – vejam, seus otários, Juliana ama!
Tão florida, minha menina... fazendo tudo que todo mundo
faz, mas que é inédito todos os dias. Amor é gostoso como pão com ovo e café
com leite. É bom ver você com fome – se acaba, viu Juliana! Mata tudo que
estava te matando. E sua fome é tão justa e tão santa que me faz lembrar do
amor que tenho, que sinto, que envergo como um vestido de verão.
Verei seus sorrisos mais sorridos e sua voz mais dengosa,
suas mãos pequenas mais trêmulas e todos os românticos com mais razão. Verei o
mundo com mais sabor, como se fora um bubbaloo de morango ou muitos deles numa
boca só. Porque quando a gente é criança e quando dão vacilo, enfiamos uns três
chicletes na boca de uma vez . E amor é assim guloso, né? Doce, gostoso,
infantil e faminto. E é muito feliz ver
uma Juliana amando assim, pois quem não tem uma Juliana sorrindo por amor,
precisa ter pra relembrar da vida fazendo ploc ploc entre os lábios e mostrando
bem todos os dentes!
Um comentário:
A analfabeta emocional aqui está aprendendo aos poucos... Obrigada pelo texto,Samis!!
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